O tempo passa. E, sob sua lente, podemos rever opiniões do passado – ou mesmo confirmá-las. Há quinze anos, já era pra lá de velha a história de que o rádio, como meio de comunicação, estava por um fio. Ao longo das décadas, desde a chegada da TV (em 1950!), o mercado repetia esse mantra condenatório. No ano 2000, fui convidado pela Editora Referência, de São Paulo, para escrever o artigo de fundo de uma edição dedicada ao então panorama do rádio no país. Reiterei minha confiança na viabilidade comercial e conceitual de um meio que considerava diferenciado e que acreditava subsistiria em meio às novas plataformas de comunicação – como já havia remanescido frente às anteriores. Bingo. No novo universo multimídia, o rádio permaneceu forte. A internet, ao invés de defenestrá-lo, multiplicou seu alcance e suas possibilidades de acesso, cobertura e interatividade, agraciando o público e o mercado com um canal de informação ainda mais potente. O artigo, apesar de amarelado pela passagem do tempo, estava certo. Sorte de quem apostou no rádio.