Convulsão social até hoje bastante nebulosa, a Revolta da Vacina integra o folclore que divide o Brasil atrasado e o Brasil progressista. As imagens e crônicas remanescentes exibem a estapafúrdia (principalmente aos olhos contemporâneos) situação de um povo doente a guerrear contra a autoridade pública que busca curá-lo. É fato, mas que sob essa versão reducionista se restringe a acusar a ignorância da época. Houve sobretudo malícia e manipulação política. A população estava contra a lei que tornava obrigatória a tal vacina e a oposição ao governo se valeu da reação popular para transformar o assunto em bandeira em prol do regime anterior, militar. O Jornal do Commercio registrou a sanha da população contra o que era considerada uma arbitrariedade do governo, que ousava expor braços e nádegas das moças pudicas à glutonice dos seringueiros – na visão das gentes de então incumbidos, pelo presidente Rodrigues Alves, de espetar o povo. É mais uma bela viagem pela história que nos proporciona a campanha dos 185 anos do JC. E, para a agência, um prazer renovado a criação de cada anúncio.